Carina, tristeza em flor
esculpida no vento da primavera
ignora gritos de amor
mas tem os ouvidos de fera
Carina, relicário de dores
na fuligem dos bares
gatuna de amores
tristeza e pesares
Carina, de unhas arteiras
pétalas rubras
em bocas alheias
E Carina esmola perdida...
recolhe em seu pote
quixotes de alma ferida
quinta-feira
quarta-feira
onde está a estrela da manhã?
Carina pouco fala
por quem fala mente
assim Carina escala
seu sonho indecente
Carina é filha da fome
dorme no chão de angústias
numa cidade sem nome:
vagão de preços e astúcias
Carina, cabelos ensebados
sapatos bordados
nas ruas da cidade
Carina não tem calendário
e de tanto que sente
vai esgotando ao contrário
por quem fala mente
assim Carina escala
seu sonho indecente
Carina é filha da fome
dorme no chão de angústias
numa cidade sem nome:
vagão de preços e astúcias
Carina, cabelos ensebados
sapatos bordados
nas ruas da cidade
Carina não tem calendário
e de tanto que sente
vai esgotando ao contrário
quinta-feira
eu quero a estrela da manhã
Carina, de pé quebrado dança
sobre as cabeças em fila
rasga conselhos de Sancho Panza
e pronúncias de Pancho Villa
varre o sangue das calçadas
quando o sol vem acordar
mas é santa desastrada
dessas que não podem amar
Carina é doce como só
olhos de brilho discreto
profundos de darem nó
Carina é fresca e matutina
mas sabe chorar e caminha
entre a vida severina
sobre as cabeças em fila
rasga conselhos de Sancho Panza
e pronúncias de Pancho Villa
varre o sangue das calçadas
quando o sol vem acordar
mas é santa desastrada
dessas que não podem amar
Carina é doce como só
olhos de brilho discreto
profundos de darem nó
Carina é fresca e matutina
mas sabe chorar e caminha
entre a vida severina
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