No hálito das noites quentes
tive medo de apodrecer
com todas as frases do corpo.
Te encontrei serena
alimentando lobos cegos
e na palma da tua mão
colhi vida.
E agora,
nenhum volume antigo
restou do teu acervo.
Nem um trágico murmúrio
amarrou nossas gargantas.
É penoso rasurar humores
e beber imagens envenenadas
que brincam faceiras
em recreios diabólicos.
Depois chega o dia.
E ainda, na hora do café,
lá está você, no negro vapor,
no amargo cozido e quente
amornando a face e os lábios.
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