sexta-feira

Mais uma noite

Nas últimas gotas vermelhas
do veneno solar,
um sereno salgado,
saboreado pelas primeiras tragadas
(orquestra muda
de jovens centelhas).
Um couro delicado vai borrando as calçadas
vestidos barulhentos contorcem na esquina
E aromas coloridos
E becos ferinos
Tranças, cachos e cachecóis
Coletes, golas e galãs
Laços, lãs e leides
E vidros e óleo e gasolina
Tudo Tudo engrenado
aos apitos de alguma locomotiva.
Cães me guiam
Serpentes me arrastam...
A cidade está bêbada, beibe
e não consigo te encontrar.

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