sexta-feira

Ana

Lá vai Ana
oferecendo em sigilo
equações insolúveis.

Alheia e visceral
riscando a matriz urbana
em ângulos calculados.

Que absurdo doce
quando cifrava as horas
pra sentir teu cheiro
flamejar castigante...!
Rajadas violentas
crispando a traquéia...

Depois me amarrava no teu avesso
me vestia do teu couro
folheando tuas rosas
descobrindo novos odores
chafurdando na poça
do teu sexo.

No final ouvia canções,
navegando ao sabor
dos teus predicados.
Repetia teus dengos
imitava teus olhos
sem conseguir uma linha
de tradução.

Lá vai ela, atravessando.
Ai Ana....
foi a exceção mais categórica
a ficção mais aberta
a estrofe mais curta
e marcante.

Nenhum comentário: