segunda-feira

dia a dia

resta um exílio hediondo
que eu transpiro e que tantos
transpiram também

resta uma triste pintura
dessa obscena dentadura
que não poupa ninguém

e nosso sorriso
desbota num canto
de notas sem vida

(afora isso, em meu quarto
restam brincos e odores
de um bem-querer que partiu)

que mandem notícias
daqueles passantes
que não sucumbiram

(e se muito não for
que mandem notícias
daquela menina)

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