Será que meus dias
anunciam dramas?
Meu quarto escuro
revela roteiros?
Será que o que resta
é rebater ecos?
E seriam os jornais
peneiras da vida?
E os teus conselhos
soluços vaidosos?
Por que, logo agora,
virou meu turno de intrigar?
De tragar novos papéis
e regurgitar conclusões?
Por que fui plantado sem avisos
nessas esquinas já tão familiares
travestidas de ordem
por braços de concreto?
Seriam essas esquinas
capítulos vivos
que velam os homens?
Um comentário:
Lendo rapidamente o poema, vejo certos traços modernistas de resgatar o homem na desordem urbana, um certo ar romântico até.
O título poderia ser um pouco mais agradável.
Entretanto, soa perfeitamente o trecho que diz sobre a vaidade humana, o primeiro de todos os pecados. Já dizia, o poeta Milton de Paraíso Perdido.
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