Só restou a cauda da noite.
Então me deito
naquele azul-marinho
das primeiras horas,
confundindo as sombras do vinho
com as do leito.
Quando a fresca manhã
penetra nos poros
a terra ainda está oca.
A respiração lá fora
nada empurra.
O silêncio da janela
é cândida vigilância.
A luz vai jorrando
e nessa hora
o mesmo sol, que logo assola
e me aborrece
vejam só...
vai penetrando envergonhado,
revelando cortinas de pó;
e no seu ensaio calado,
oferece um prisma
que consola.
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